Continua mais um ano de vida escolar. Algumas crianças iniciam as atividades com aprendizagem normal, dão conta das tarefas de casa, prestam atenção nas aulas, conseguem memorizar as palavras, aumentar o vocabulário, e por aí vai.
Pois bem, e as crianças que não caminham na mesma direção, no mesmo ritmo, tentando, mas não estão conseguindo aprimorar o aprendizado? É sobre este assunto que vamos conversar.
Espera-se que no Ensino Fundamental os alunos e as alunas estejam preparados pelo Ensino Infantil, que os direciona para a construção da identidade, para o desenvolvimento das aprendizagens essenciais, leitura e escrita, além do raciocínio. Essas três características básica se desenvolvem com experiência e prática contínua.
A dislexia vem sendo definida como grave desordem de leitura, cujas defici~encias podem ser encontradas na inabilidade para distinguir bem os fonemas, na dificuldade para compreender ou assegurar a compreensão do significado das palavras, incluindo as associações básicas entre elas. Algumas crianças fixam exageradamente a leitura das frases, o que vem comprometer o ritmo e a velocidade da leitura. Esta lentidão e desordem rítnica exigem medidas especiais para ajudar as crianças a concentrarem a atenção durante as tarefas, com educação apropriada, tratamento especial - terapia fonoaudiológica - disponibilidade de tempo e prática constante.
Como se processa a leitura?
Uma gama de teóricos, e de diferentes correntes, tenta explicar o processo de leitura. A minha prática vem dos teóricos desenvolvimentistas, que aplicam o desenvolvimento com a observação do que vem acontecendo com a criança que não consegue acompanhar naturalmente a aprendizagem escolar.
Aprofundam no conhecimento de fatos importantes desde o nascimento e obsevam os aspectos que determinam a aprendizagem da leitura.
Os pais, os professores e a própria criança são ouvidos constantemente durante o tempo necessário de registrar o perfil do aprendizado e traçar as metas terapêuticas.
Começamos por investigar o comportamento linguístico do bebê em sintonia com a família.
Fixação do olhar, com atenção e concentração adequadas e intenção para responder aos sons são exemplos significativos.
As atividades cognitivas e perceptivo linguísticas são os pilares que sustentam o processo da leitura. Práticas de exercícios que envolvem essas atividades podem entrar nas habilidades de entender, focalizar atenção, interpretar a língua falada. Memória auditiva, visual e ordenação de fatos e objetos contribuem para a sequenciação do texto. Desenvolvimento e expansão do vocabulário, síntese lógica, decodificação de palavras completam o processo de leitura.
A leitura, em sua última instância de desenvolvimento, deve ser completa com a automatização, o reconhecimento direto do sentido das palavras escritas e frases completas.
Mas um de vocês que me leem pode perguntar:
- Mas a escola não ensina esta prática toda? Sim, ensina e é preciso escolher aquelas que o fazem muito bem. Acontece que nem todas as crianças conseguem acompanhar de forma regular este aprendizado, daí a necessidade de atendimento fonoaudiológico para a recuperação da aprendizagem.
Cal Coimbra
é psicóloga e doutora em Fonoaudiologia.
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